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Bustos e Monumentos II


10.    Cardeal Dom José da Costa Nunes. Personalidade por demais conhecida, nasceu na freguesia da Candelária a 15 de Março de 1880. Acompanhou D. João Paulino, quando ele foi eleito Bispo de Macau, e ali chegou em 4 de Junho de 1903. Com o falecimento de D. João Paulino foi eleito Bispo daquela diocese em 16 de Dezembro de 1920, sendo sagrado na Matriz da Horta em 20 de Novembro de 1921. Em 18 de Janeiro de 1942 entra na Arquidiocese de Goa como Patriarca das Índias Orientais e Primaz do Oriente. Resigna do cargo, a seu pedido, em 16 de Dezembro de 1953 e é nomeado Vice-Camarlengo da Santa Sé mantendo o título pessoal de Patriarca. Na Santa Sé desempenhou diversos cargos e foi elevado a Cardeal a 19 de Março de 1962, vindo a falecer a 29 de Novembro de 1976. Seus restos mortais foram transladados para a Igreja Paroquial da Candelária, onde chegaram a 27 de Junho de 1997, sendo recebidos por representantes da diocese, clero da Ilha, uma multidão de picoenses e o próprio Governo Regional. No largo da Igreja da Candelária foi colocado pela Câmara Municipal, nas décadas de sessenta  do século passado, um busto em bronze do Cardeal Dom José da Costa Nunes, como homenagem dos picoenses a tão distinta personalidade.

11. Dom Jaime Garcia Goulart. Um picoense ilustre que desenvolveu a sua actividade apostólica no Oriente. Nasceu na Candelária a 10 de Janeiro de 1908. Frequentou o Seminário de Macau até ao penúltimo ano, tendo concluído o curso no Seminário de Angra em 1931. Nesse ano foi ordenado por D. Jaime da Costa Nunes, na Igreja paroquial da sua terra natal, no dia 10 de Maio, seguindo depois para a Diocese de Macau, onde exerceu a sua actividade missionária. Criada a Diocese de Timor, onde D. Jaime já exercia a missionação, foi nomeado Administrador Apostólico, sendo depois de eleito Bispo da diocese em 12 de Outubro de 1945, quando se encontrava refugiado na Austrália. Foi sagrado Bispo a 28 de Outubro do mesmo ano, em Sydney, regressando a Timor onde desenvolveu uma extraordinária actividade missionária e social, enquanto a saúde o permitiu. Resignou a 31 de Janeiro de 1967, regressando aos Açores onde viveu precisamente trinta anos. Faleceu em Ponta Delgada a 15 de Abril de 1997, onde seu corpo foi inumado. Pena que nunca fosse transladado para a sua Ilha onde lhe seriam prestadas as homenagens devidas. Mesmo assim, junto ao adro da Igreja Paroquial da Candelária foi levantada uma estátua do notável Bispo Picoense, que consumiu uma parte importante da sua vida ao serviço da Igreja e da Pátria nas longínquas terras de Timor onde muito trabalhou e sofreu.

12. Pe. Ouvidor José Lourenço de Medeiros. Nasceu no dia 16 de Julho de 1836 na vila da Madalena. Foi pároco e ouvidor da respectiva Matriz, onde desenvolveu uma assinalada acção sócio-eclesial de grande mérito. A ele se ficou a dever, além de outro feitos, pois era um político de grande envergadura, relacionado com mais altos dirigentes nacionais, se ficou a dever , dizia, alem de outros benefícios, o frontispício da Igreja Matriz, levantado por fora do anterior e que era de fraca estrutura arquitectónica e para o qual o Ouvidor Lourenço de Medeiros concorreu do seu bolso com metade da verba gasta, no valor de 4.000$00. Em 21 de Outubro de 1899 a Câmara Municipal deliberou dar à rua do mar o nome do Ouvidor Medeiros “em atenção aos relevantes serviços prestados à igreja matriz”. Em 1991, por iniciativa da Câmara Municipal, foi levantado no adro da Matriz o busto de bronze do distinto conterrâneo.

13. Pe. Francisco Nunes da Rosa. Embora nascido na Califórnia a 22 de Fevereiro de 1871, foi sempre e ele próprio se considerava picoense. E dos grandes Paroquiou nos Mosteiros das Flores e foi lá que escreveu e publicou em 1904 seu primeiro livro de Contos – “Pastorais dos Mosteiros”. Transferido para as Bandeiras, desta Ilha do Pico, como Páraco e depois, também Ouvidor, escreveu “Gentes das Ilhas”, que publicou em 1925. Ambos os livros têm hoje várias edições, tal o valor literário que possuem. Mas não se limitou à publicação de contos, os mais belos da literatura portuguesa, fundou os jornais “A Voz” (1899 – 1903), “O Picaroto” (1905 – 1906), “A Origem” (1907 – 1910) e “Sinos d’Aldeia”, o de maior duração, publicou-se nas Bandeiras de 3 de Junho de 1918 a 31 de Dezembro de 1924. Foi também um distinto e eloquente orador sacro, muito escutado e apreciado nas diversas paroquias da Ilha. Faleceu em 12 de Setembro de 1944 na freguesia das Bandeiras. Deixou muitos escritos, uma gaveta cheia, dizia, que desapareceram, entre eles uma peça de teatro intitulada “O Cura da Mudança” que teve o mesmo “destino”. A Junta de Freguesia, há anos teve a feliz iniciativa de levantar um busto de insigne picoense no Largo da Freguesia, em homenagem a tão distinta Figura do clero e de Homem de Letras.

14. Dr. Tibério de Ávila Brasil. Natural da Calheta de S. Jorge, após a formatura em Medicina, fixou-se na Vila de São Roque do Pico, por volta de 1932, onde exerceu as funções de Médico Municipal e Delegado de Saúde. Emprenhou-se pela construção do Hospital de Santa Isabel, o primeiro que existiu na Ilha do Pico, em 1948. Em 18 de Agosto de 1968, em sessão solene no Município de S. Roque, foi afirmado: “Há trinta e seis anos, neste concelhom aparece um homem formado no Santuário de Medicina; e desde então a sua competência, e o seu brio profissional tranformado em autêntico sacerdócio foi Sol Esplendoroso no jardim da nossa vida, resplandecente, aquecendo-a, defendendo-a, e amparando-a”. Isso levou a Câmara Municipal a erigir junto do edifício do antigo hospital o busto do Dr. Tibério. Faleceu na noite de 25 de Abril de 1974.

15. Pe. Joaquim Viera da Rosa. Escreveu o Pe. Júlio da Rosa um extenso e judicioso artigo sobre aquele sacerdote picoense. E dizia: “Poucos sacerdotes vincaram como este, nos últimos tempos, uma tão firme personalidade sacerdotal, polarizada na mais discreta caridade e no mais acendrado zelo pela causa de Deus.” O Pe. Rosa nasceu na Prainha do Norte a 14 de Agosto de 1872 e faleceu no Hospital da Horta em 1 de Dezembro de 1964 a 1911 e voltou aos Estados Unidos em 1929 onde se manteve até 1933. Assumiu a paroquiação de S. Mateus do Pico em 1934 e ali se manteve até ao falecimento. Traduziu do inglês diversas obras, das quais se deve salientar “A crença dos nossos pais” do Cardeal Gibbons. Outras obras traduziu que não chegou a publicar mas cujas traduções me facultou. Escreveu “Catecismo da Doutrina Cristã” para uso das Igrejas Católicas Portuguesas, nos Estados Unidos – ediçãobiligue em 1932. Por testamento legou à Santa Casa da Mesiricórdia da Horta a casa e roduto que possuía na Prainha: ao Asilo de Mendicidade da Horta 160 acções que possuía na Empresa de Electricidade da Horta; ao Asilo de Infância a casa que era dos Pais, na Prainha; à Igreja da Prainha os livros que possuía na sua casa para a biblioteca para uso dos padres que estejam em exercício na Paróquia; à Igreja de São Mateus os seus pertences existentes no Passal; e o remanescente de seus bens para p culto de Nossa Senhora da Ajuda e para os mais necessitados desta paróquia e da paróquia de S. Mateus. À igreja de Prainha dexou ainda o cálice que lhe foi oferecido na paróqui de S. João Baptistam de New Bedford. Po iniciativa da Junta de Freguesia dói erigido no jardim anexo à Igreja Paroquial da Prainha o busto de Pe. Joaquim Vieira da Rosa, homenagem justa a quem à Igreja e à sua terra tanto se deu.

 

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